Como dunas quentes o olhar personificou os sentidos do andarilho refém de suas pegadas.
O calor atormentou os pensamentos e a salvação estava no ventre coberto por charme da dançarina misteriosa, que atraiu o pobre homem.
Desgastado, com poucas saídas, a miragem de águas frescas e mansas se tornou impossível de ser vivida.
Um grito de socorro queria ser liberto, porém o medo de encontrar as feras do deserto o intimidaram. A salvação estava acima dele, nos lábios da dama de vestes brandas escorrendo como lágrimas pelas areias ferventes.
Lábios desenhados pelo tempo e delineados com suavidade para ilustrar o cenário inabitável.
O aroma exótico encantou as narinas sedentas por misericórdia e encheu de esperança aqueles olhos famintos.
A dama levitou pelo desespero e enfeitiçou com bom afeto o necessitado. Sentiu-se feliz, mesmo quase morto pela perdição.
Desabou na camada impetuosa e seus membros se transformaram em rachaduras. As belas mãos do ser inimaginável o acolheram em paz.
Se fosse coito, estaria afoito As mãos tremeriam e as pernas se embolariam.
Se fosse coito, pensaria só em terminar e não estaria pensando no começo Mas, o começo também tem um fim. E o fim pesou em mim.
Os ombros quase viraram cacos Rastejei até o tapete e esfreguei a barba O largo tempo virou uma curta lembrança Entusiasmado, porém coagido a estar depreciado.
Se fosse coito, não me lembraria Se fosse coito, tudo seria coito e...
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